Mato Grosso pode instituir Sistema Estadual de Registro de Câncer.

Levantar os casos da doença no estado.
Mato Grosso pode instituir Sistema Estadual de Registro de Câncer.

Dep. Adauto de Freitas.

 

Um projeto de lei apresentado pelo deputado Adalto de Freitas (Patriota) visa instituir o Sistema Estadual de Registro do Câncer – SISCAN,  no estado de Mato Grosso. A proposta tem a finalidade de levantar o número de casos de câncer no Estado de Mato Grosso. “Precisamos ter um maior controle dos casos, para que se construa um planejamento efetivo e concreto das ações de controle e vigilância da doença no Estado”, alerta o parlamentar.

 O trabalho elaborado pelo SISCAN tem como principais objetivo identificar todos os novos casos de tumores malignos identificados nos habitantes do estado; os grupos populacionais de risco para tumores malignos; manter cadastro que evidencie a cada ano os casos novos de tumores malignos diagnosticados em habitantes do estado, por local anatômico de ocorrência, sexo, faixa etária e ocupação profissional do cidadão; avaliar e acompanhar, em conjunto com os serviços de oncologia de Mato Grosso, a mortalidade por tumores malignos; participar de estudos epidemiológicos relativos à ocorrência de tumores malignos.

O sistema que será implementado propõe ainda planejar e auxiliar na realização de programas de controle e prevenção dos tumores malignos mais prevalentes; fornecer subsídios aos serviços que realizem o tratamento, a recuperação e o seguimento de pacientes com tumores malignos e auxiliar na formação e na capacitação dos trabalhadores da saúde O SISCAN tende também a coleta e ordenamento permanente de dados de casos de tumores malignos, detectados em cidadãos residentes no estado.

Os serviços de saúde deverão encaminhar a notificação dos casos confirmados à Secretaria de Estado de Saúde. A notificação de que trata o caput deverá conter, entre outros dados: data em que foi firmado o diagnóstico no prontuário do paciente; data do encaminhamento para realização da primeira terapia cirúrgica ou o início de radioterapia ou de quimioterapia, conforme a necessidade terapêutica do caso.

Números - O Instituto Nacional do Câncer – INCA apresentou síntese das Estimativas de Incidência de Câncer para o biênio 2018-2019, no Brasil, com comentários sobre os tipos de câncer de maior magnitude que são passíveis de prevenção primária (prevenção da ocorrência) ou secundária (detecção precoce). O relatório foi produzido pela Divisão de Vigilância e Análise de Situação da Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA/MS.  Estima-se, para o Brasil, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano. Excetuando-se o câncer de pele não melanoma (cerca de 170 mil casos novos), ocorrerão 420 mil casos novos de câncer.

Os cânceres de próstata (68 mil) em homens e mama (60 mil) em mulheres serão os mais frequentes. À exceção do câncer de pele não melanoma, os tipos de câncer mais incidentes em homens serão próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%). Nas mulheres, os cânceres de mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireóide (4,0%) figurarão entre os principais.

Diante dos dados apresentados pelo INCA é urgente, portanto, que se fortaleça a vigilância de câncer, implantando em Mato Grosso um Sistema de Registro, vez que se constituirá em  uma ferramenta a ser utilizada por gestores, profissionais da saúde e de áreas afins, bem como a sociedade em geral, no apoio à implementação das ações de prevenção e controle da neoplasia maligna.

A distribuição da incidência por região geográfica mostra que as Regiões Sul e Sudeste concentram 70% da ocorrência de casos novos; sendo que, na Região Sudeste, encontra-se quase a metade dessa incidência. Existe, entretanto, grande variação na magnitude e nos tipos de câncer entre as diferentes Regiões do Brasil. Nas Regiões Sul e Sudeste, o padrão da incidência mostra que predominam os cânceres de próstata e de mama feminina, bem como os cânceres de pulmão e de intestino. A Região Centro-Oeste, apesar de semelhante, incorpora em seu perfil os cânceres do colo do útero e de estômago entre os mais incidentes.

 “A prevenção e controle dessa doença em nosso país - de dimensões continentais e fortes diferenças regionais por abrigar uma população de comportamentos, crenças e atitudes de modo bem diversificado - representa, atualmente, um dos grandes desafios que a saúde pública. A descrição da distribuição dos tipos mais incidentes de câncer, por meio do tempo, tem sido uma das principais estratégias para o estabelecimento de diretrizes em políticas públicas e, principalmente, para o planejamento de ações de prevenção e controle do câncer”, observou Adalto de Freitas.  (com informações do INCA). 

Fonte: Assessoria/Adauto de Freitas.